"Ser marxista é, antes de mais nada, ser anticapitalista, ou seja, lutar pela construção de uma sociedade sem classes, que suprima a exploração do homem pelo homem e a propriedade privada dos grandes meios de produção, criando condições para que as relações entre os homens sejam fundadas na solidariedade e não no egoísmo do mercado. Claro, ser marxista não é repetir acriticamente tudo o que Marx disse. Marx morreu há cerca de 120 anos e muita coisa ocorreu desde então. Mas, sem o método que ele nos legou, é impossível compreender o que ocorre no mundo. Ele nos disse que o capital estava criando um mercado mundial, fonte de crises e iniqüidades, e nunca isso foi tão verdadeiro quanto no capitalismo globalizado de hoje. Falou também em fetichismo da mercadoria, na conversão do mercado num ente fantasmagórico que oculta as relações humanas, e nunca isso se manifestou tão intensamente quanto em nossos dias, quando lemos na imprensa barbaridades do tipo 'o mercado ficou nervoso'." (Carlos Nelson Coutinho)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Os comunistas do PCdoB



Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB - Partido Comunista do Brasil, está convicto de que a queda do Muro de Berlim, em 1989, não representou o fim do marxismo-leninismo. Em entrevista a Veja, no ano de 2010, afirmou: "Quando a União Soviética desabou, houve quem achasse que o socialismo tinha morrido. Que nada! Só alguém sem visão histórica nenhuma pode pensar assim". Para Rabelo, a aventura socialista mal começou: "O capitalismo levou 300 anos para superar o feudalismo. O marxismo tem pouco mais de 100 anos de existência. Ou seja, podemos precisar de mais 200 anos para tornar o mundo comunista".

O mais engraçado é que apesar desse discurso, o PCdoB tem buscado esconder cada vez mais a foice e o martelo. Nas eleições municipais de 2008, a candidata a prefeita do Rio, Jandira Feghali, sequer falou em socialismo durante a campanha eleitoral, e depois foi secretária de cultura na administração Eduardo Paes, do PMDB. E pior, desde quando o vereador paulistano Netinho de Paula, pode ser considerado um autêntico revolucionário marxista? Ele inclusive chegou a dizer que "o partido não pretende mais estabelecer um 'comunismo ao estilo soviético', mas sim um 'comunismo ao estilo do presidente Lula'". Depois de uma besteira dessas, não consigo mais levar esse partido a sério.

Se os comunistas do pequeno PCB estão seguindo uma política sectária, os comunistas do PCdoB fazem o oposto. O PCdoB faz alianças sem qualquer sentido ideológico, tanto que fazem alianças com o PP, PSD, PR, PTB, e pior, até mesmo com PSDB e DEM, que são opositores do governo Dilma, que o PCdoB apoia com entusiasmo.

Se não bastasse isso, apesar do sucesso inegável do chamado "socialismo de mercado" chinês, é cada vez mais claro que a China está caminhando não em direção a um socialismo renovado, mas sim ao capitalismo de Estado, pois é cada vez maior a presença do conceito capitalista de enriquecimento e acumulação da riqueza na sociedade chinesa. E o PCdoB defende a China como exemplo a ser seguido, inclusive defende o "socialismo de mercado" adaptado as características brasileiras.

O PCdoB é o principal aliado dos petistas, apoia os governos Dilma e Cabral. Com uma esquerda assim, a direita faz a festa.

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