"Ser marxista é, antes de mais nada, ser anticapitalista, ou seja, lutar pela construção de uma sociedade sem classes, que suprima a exploração do homem pelo homem e a propriedade privada dos grandes meios de produção, criando condições para que as relações entre os homens sejam fundadas na solidariedade e não no egoísmo do mercado. Claro, ser marxista não é repetir acriticamente tudo o que Marx disse. Marx morreu há cerca de 120 anos e muita coisa ocorreu desde então. Mas, sem o método que ele nos legou, é impossível compreender o que ocorre no mundo. Ele nos disse que o capital estava criando um mercado mundial, fonte de crises e iniqüidades, e nunca isso foi tão verdadeiro quanto no capitalismo globalizado de hoje. Falou também em fetichismo da mercadoria, na conversão do mercado num ente fantasmagórico que oculta as relações humanas, e nunca isso se manifestou tão intensamente quanto em nossos dias, quando lemos na imprensa barbaridades do tipo 'o mercado ficou nervoso'." (Carlos Nelson Coutinho)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cuba precisa caminhar rumo a uma democracia socialista


Cuba infelizmente é uma ditadura de partido único, herdeira do finado "socialismo real". Lógico que me oponho a essa ditadura, até porque nas palavras do historiador Jacob Gorender:

"O regime ideal para Cuba não é o do partido único, como não o é para nenhum país socialista." (Jacob Gorender, em Teoria e Debate nº 16)

Entretanto é inegavel que Cuba representa o ultimo bastião de resistência ao imperialismo yankee na América Latina, assim como é inegavel as conquistas sociais da revolução liderada por Fidel Castro, Raul Castro, e Che Guevara, principalmente nas áreas de saúde e educação, onde o serviço é público e com qualidade de Primeiro Mundo. Apesar dos seus graves erros, a Revolução Cubana demonstra como o socialismo é superior ao capitalismo no aspecto da justiça social.

Por isso eu defendo a Revolução Cubana, apesar da minha oposição ao regime ditatorial de partido unico e a burocracia. Torço para que Cuba promova reformas e consiga corrigir os seus graves erros, tornando-se uma democracia socialista com pluripartidarismo, imprensa e sindicatos livres, etc. E confio na resistência do povo cubano, que não permitirá um retrocesso ao capitalismo, o que faria o país voltar a ser um "bordel" dos EUA, como era antes da revolução.

Minha posição é a mesma da ex-senadora Heloisa Helena, do PSOL, que se opõe a ditadura castrista, mas apoia a Revolução Cubana e uma transição rumo a uma democracia socialista.

"Infelizmente, as conquistas sociais, que devem ser admiradas e que são copiadas em vários países, não foram seguidas por um modelo de democracia socialista com a qual me identifico."(Heloisa Helena)

Segundo a ex-senadora, as críticas dos socialistas a Cuba devem ser generosas e sinceras, com o intuito de contribuir para a transição. Essas críticas, enfatizou, não têm nada a ver com o que diz a direita: "O Bush deveria lavar a boca com água sanitária antes de sequer pronunciar o nome de Fidel."

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